O Hamas, grupo extremista palestino, comunicou nesta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025, que a liberação de reféns programada para o próximo sábado, dia 15, será adiada até novo aviso. A decisão foi divulgada por meio de um comunicado no Telegram, onde o porta-voz do braço armado do grupo explicou que a medida deve ser exposta por parte de Israel em relação aos termos do acordo de cessar-fogo. O anúncio ocorre dois dias após a liberação de três reféns, aumentando a tensão na região.
No comunicado, o porta-voz do Hamas afirmou que “a entrega dos prisioneiros sionistas será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense os direitos das semanas anteriores retroativamente”. Essa declaração reflete a insistência do grupo em que Israel também honra os compromissos reforçados, destacando a importância de um acordo equilibrado para a continuidade do processo de liberação.
O porta-voz justificou a decisão mencionando que, nas últimas três semanas, Israel teria questões diversas reveladas, não cumprindo os termos acordados. Ele citou problemas como o atraso no retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza e ataques aéreos em diversas áreas, além da não entrada de materiais de ajuda humanitária conforme estipulado. Essas declarações denotam um clima de desconfiança e frustração entre as partes envolvidas.
A última liberação de árbitros ocorreu na manhã de sábado, 8 de fevereiro, quando três israelenses foram devolvidos pelo Hamas. Essa ação foi marcada por incertezas sobre a continuidade do cessar-fogo, especialmente após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu que os EUA deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza após uma guerra. Essas falas geraram preocupações sobre a estabilidade da região e a possibilidade de novas hostilidades.
Os reféns libertadores incluem Ohad Ben Ami e Eli Sharabi, sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início ao conflito. Ou Levy, que foi capturado na mesma data durante uma festa rave no sul de Israel, também foi um dos libertadores. A devolução dos árbitros foi acompanhada de perto pela Cruz Vermelha, que atua como interação entre as partes.
Uma novidade nesta liberação foi a montagem de um palco pelo Hamas para exibir os reféns antes de sua devolução. Os três israelenses aparentavam estar mais magros e vestiam roupas semelhantes, um conjunto de moletom marrom. Essa exibição gerou críticas e preocupações sobre o tratamento dos reféns durante o período em que ficaram sob custódia do grupo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou descontentamento com a situação, afirmando que não iria “ignorar o que foi visto”. A pressão sobre o governo israelense aumenta à medida que a população clama por respostas e ações mais firmes em relação ao Hamas e à segurança nacional. A situação continua sendo monitorada de perto por líderes internacionais e organizações de direitos humanos.
Na troca da libertação dos reféns, Israel libertou 183 prisioneiros palestinos, incluindo aqueles condenados por envolvimento em ataques que resultaram em mortes. Entre as libertações, estão 18 indivíduos que cumpriram penas de prisão perpétua e 111 detidos em Gaza durante o conflito. Essa dinâmica complexa entre a libertação de árbitros e a troca de prisioneiros reflete a fragilidade da paz na região e a necessidade urgente de um diálogo construtivo entre as partes.